31 de jan. de 2010

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

Acho que o Fernando Pessoa (se é que o texto é mesmo dele) escreveu "Encerrando ciclos" pensando em mim, sem ao menos me conhecer. Grande Pessoa! Por favor, quem chegou aqui, leia até o final:

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final... Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.


Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...


Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...



E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.
[ ... ]

28 de jan. de 2010

Relacionamento


Que atire a primeira pedra quem nunca se atirou de cabeça num relacionamento, seja conjugal, fraternal ou mesmo profissional. Quando gostamos de alguém, é fácil confiarmos segredos, sentirmos saudades, termos vontade de conversar. É fácil também esperar as mesmas sensações dessa outra pessoa e, mais fácil ainda, se decepcionar. Falo isso depois de uma agradável conversa com uma amiga muito querida. Há cerca de um mês ela e o namorado terminaram um relacionamento estável que durara bastante tempo. Juntos, iam a todos os lugares, faziam planos... e, de repente, ele se sentiu confuso. Disse pra ela que a amava, mas que não tinha mais certeza de nada, muito menos se deveria ficar com ela. O que ele não disse, porém, foi que simplesmente não tinha coragem de terminar. Não depois de dizer uma coisa e fazer outra. Não depois de construir os sonhos de outra pessoa e alimentá-los até minutos antes de dizer que “não dá mais”.


Minha amiga, é claro, ficou sem chão. Num primeiro momento, ela me disse, não por conta dela e de seus sentimentos, mas por pena dele, que pareceu tão frágil de uma hora pra outra. Chorou pensando num jeito de ajudá-lo, escreveu e-mails, pediu conselhos. Mesmo não tendo um posicionamento do porque de toda aquela confusão que ele dizia estar passando, ela não desistiu. Não pensava em voltar, nem sabia mais se queria, se daria certo dali pra frente. O que ela pensava e, mais que isso, desejava, era saber que ele estava bem, sem pensamentos atormentando sua vida. Pulamos os detalhes que eu já conhecia, e que, para preservá-la, principalmente, prefiro não expor aqui, minha amiga me disse, um tanto quanto cabisbaixa, que em menos de uma semana depois do término do namoro, seu ex-namorado já havia viajado para alguns lugares – que ela sempre sugeria, por sinal – em companhia de outra menina, que eu mal podia esperar pra saber quem era. Com os olhos um pouco marejados, embora aliviados, ela me disse que era sua nova namorada. Nova em partes, pois o caso já é antigo... Conversamos mais um pouco e decidimos mudar de assunto. Afinal, o que passou, passou. Se ele, que fora capaz de fazer todo esse papelão com ela não estava mais nem aí, por que ela deveria deixar de viver sua vida numa boa, alegre, por ele? Depois que nos despedimos, comecei a pensar em tudo o que ela deve ter sentido... e é por isso que escrevo, pois sempre acho que experiências alheias podem ajudar a gente a compreender e lidar com situações adversas.

Sei que se conselho fosse bom não se dava, se vendia, mas o que sugeri pra minha amiga, de quem gosto muito, muito mesmo, é que ela se abra a novos relacionamentos. Que fortifique os já existentes e dê oportunidade para novos. No quesito namoro, disse a ela que, no meu ponto de vista, é preciso não atribuir características de ex ao possível-novo. Se um decepcionou, o outro pode surpreender positivamente. Costumo brincar com ela dizendo que ela é linda e loira e, por isso, preferência nacional. Dessa vez não foi diferente. Insisti que além de linda, ela é inteligente, prestativa, bacana e bem humorada e que, se um cidadão não soube valorizá-la, ele é digno de pena e lamento, porque perdeu uma ótima companhia.

É o famoso “bola pra frente que atrás vem gente”. O tempo vai passar mesmo que a gente fique parado. Independentemente de ficarmos olhando pro teto nos lamentando, ou colocar uma roupa bem bonita e passear, o dia vai amanhecer e anoitecer... Basta-nos fazer a melhor escolha. E a melhor escolha, na minha opinião, é ser feliz... e isso, só quem sabe colocar em prática é a gente mesmo.
[ ... ]

Bom dia!

A primeira coisa que me passou pela cabeça enquanto eu percorria a estreita rua de terra que conduz ao Morro do Amaral, em Joinville, foi a lembrança de dias ensolarados da minha infância em que, com meus avós, eu ia à Barra do Sul. Na época, a estrada de chão batido era ladeada por árvores altas e frondosas. Com o sol da manhã iluminando o lugar, ele só não conseguia ser mais bonito do que um pouco mais à frente, quando o mar surgia reluzente. Ah, bons tempos... Bons tempos também é o que eu acho que três meninos com seus nove, talvez dez anos, pensam hoje, enquanto pulam da ponte direto no rio de água gelada que corta o mangue. Com as roupas penduradas num toco de árvore ali perto, os garotos sorriem e posam para fotos quando vêem um cara com uma câmera e mais algumas pessoas acenando e conversando com eles. Parecem nem notar que estão apenas de cueca, afinal, o importante é a diversão.

Cruzando a ponte que serve de trampolim para os meninos, chegamos a uma pequena vila, com campo de futebol e casinhas bem modestas. Nos quintais, mais crianças. E elas sorriem, acenam, chamam amigos e acenam mais ainda. Enquanto isso, adultos olham desconfiados, entregando a percepção de que há gente estranha ali. É, deve ser isso. Por ser um local pequeno, imagino que todos se conheçam e estranhem a presença de outras pessoas. Daí eu penso que entra em cena uma questão cultural. Aquelas crianças, muitas de pés descalços, também sabem que há gente diferente por ali, no entanto, parecem se esforçar para serem ainda mais educadas e acolhedoras. Não à toa, pois com elas conseguimos até bater papo. Pouco tempo, mas deu pra estabelecer uma relação cordial de aceitação de ambas as partes. Gente grande parece ser mais difícil de transpor mesmo. Chegando ao final da vila, que desemboca na baía, várias pessoas estavam sentadas numa muretinha próxima a igreja, já condenada pelo tempo. Elas olhavam e olhavam pra gente, dentro do carro, mas, até que esboçássemos um sorriso e fizéssemos um mínimo aceno com a cabeça, aqueles homens e mulheres não pareciam gostar dos visitantes.

Claro, não podemos esquecer que existe muita gente mal intencionada por aí. Cumprimentar uma delas pode desencadear uma reação não esperada, quem sabe até desesperadora. Pensando de forma um pouquinho menos medrosa, se é que esta é a palavra certa, cumprimentar um estranho pode ser recebido como ofensa. Complicado... Cabeça de gente é um bicho difícil de domar. Tão simples se dois estranhos, ao se cruzarem, dessem um leve sorriso, um aceno com a cabeça, ou quem sabe uma simples piscadela. Gestos tão simples que, ao meu ver, simplificariam a vida de muita gente. Longe de mim querer ser exemplo, ou algo do gênero, mas garanto que quando cumprimento uma tia que está limpando o chão, o sorriso dela denota satisfação, assim como o guarda, ao me ver passar, já deseja bom dia em alto e bom som, além do clássico “jóia” com o polegar. Aí, quem dá um sorriso de satisfação sou eu, por ver que, em meio a tanta gente que sequer se dá conta das pessoas que as servem, preferem valorizar aquelas que sabem que bom dia realmente não causa um dia ruim pra ninguém.




[ ... ]

26 de jan. de 2010

Sobre a Colheita Feliz

Depois de me desfazer do Buddy Poke, adicionei o tal aplicativo da Colheita Feliz, no Orkut, por insistência da minha irmã que, desse jeito, ganharia uma moeda verde. Não faz muito tempo que cedi às suas pressões, achando que mal não faria se eu proporcionasse à ela uma tão sonhada moeda verde que, no final das contas, não foi recebida com sucesso.

Comecei então a dedicar alguns minutos do dia pra desvendar o cenário com terrenos férteis, animais, casa, árvores, lagoas... e achei o negócio muito complexo. O que sinto é um certo dilema ético. Eu explico: além de ter uma fazenda, com plantações e animais que precisam de cuidado e manutenção, é possível invadir a fazenda dos amigos para roubar seus frutos (ovos, lã e leite também) e/ou ajudá-los a manter a plantação livre de minhocas e mato (além de regar as plantas e alimentar o bichos). Parece, então, que jogando Colheita Feliz há quem se torne vilão ao mesmo tempo que pratique o bem - e o contrário. Se roubar plantações alheias, tudo fica acumulado no depósito que, com um clique, é esvaziado, rendendo moedas amarelas. Ao mesmo tempo, ajudando a cuidar desses terrenos de outrem, pontos são investidos na corrida pela passagem de nível, permitindo que a fazenda evolua.

Aí, finalmente, vem a questão de outras moedas - desta vez as de níquel. Assim como o Buddy Poke começou como uma inocente brincadeira de bonequinhos e se transformou em fonte lucrativa para o Orkut, a Colheita Feliz tem seguido o mesmo caminho. Se não me engano, com R$ 2 é possível comprar uma moeda verde, que dá direito a compra de plantas e animais distintos. O lance é que essa tal de moeda verde é o real dinheiro do jogo, pois é conseguida na compra online de créditos.

À primeira vista parece tudo muito pacífico e divertido. Mas, será que se torna simples a explicação para uma criança de que ali é permitido roubar e na vida real não? Ou ainda, explicar que é possível conciliar ajuda com furto, uma vez que ajudando os outros pontos são ganhos, mas roubando-os, mais pontos ainda são acumulados? Minha irmã, que não é mais nenhuma criança, quase enlouqueceu quando passamos uns dias na praia e ela não pôde colher seus pêssegos e alimentar sua galinha. Antes disso, ainda, pedia como "complemento" de presente de Natal alguns trocados para adquirir as sonhadas moedas verdes.

Acho que é realmente preciso pensar bem antes de entrar num jogo desses, ainda mais quando, ao clicar no ícone, anuncia que é um jogo viciante. Permitindo que seja, ele é mesmo. Qual é a sua intenção ao jogar Colheita Feliz? Acho que vale muito a pena sempre pensar nisso.


[ ... ]

25 de jan. de 2010

Educando

Só pra lembrar: Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

Além disso, "é mais fácil construir um menino do que consertar um homem".
[ ... ]

Pensando bem...

Hoje tive uma experiência de vida diferente. É, acho que posso chamar desse jeito. Realidades diferentes, culturas diferentes, hábitos diferentes... e por aí vai. Tenho várias coisas pra escrever, mas ainda estou meio enjoada da "viagem" - vale citar que o local visitado fica em Joinville mesmo, no entanto, eu diria que é uma outra Joinville. Quem sabe, a primeira vista, eu pareça estar exagerando. Mas acho que não: pessoas, cores, aromas... diferenças gritantes. Se é bom ou ruim, ou o que é melhor ou pior ainda não consegui colocar numa balança. Logo penso e posto.


Obs: A Colheita Feliz, do Orkut, também passou a me intrigar hoje. Vou clarear as ideias e volto outra hora.
[ ... ]

23 de jan. de 2010

Animal

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante" (Albert Schwweitzer)


















Nas fotos, algumas visitas que recebi na praia.
[ ... ]

21 de jan. de 2010

Desce redondo

Acho que foi quando comecei a trabalhar num veículo de comunicação que comecei efetivamente a prestar atenção de maneira crítica em propagandas. Deve ser pelo fato de acompanhar constantemente anúncios que serão publicados, ter contato direto com agências de propagandas e esse tipo de coisa. Afinal, que anúncio deve ir para a quarta capa? E para o início da revista? Criatividade é a palavra de ordem, acompanhada, é claro, de atração. Quem sabe seja até o inverso, visto que é ao sentir-me atraída por uma propaganda é que paro para olhá-la, de fato.

Em uma sessão de fotos dia desses, ao perceber que o personagem estava tampando o final da palavra Brastemp estampada no eletrodoméstico do lado do qual figurava, ele disse: “Ah, relaxa, Brastemp é como a Coca-Cola, basta ver o Czinho para saber o que é”. De fato, acabamos ficando condicionados a certas estratégias, mesmo sem perceber.

Na TV é a mesma coisa. Basta uma musiquinha para que alguém pare para ver a novidade de determinada marca. As que mais têm conseguido me fazer parar dessa maneira são, por incrível que pareça, as propagandas de cerveja, mesmo que eu não seja consumidora. A Schin, no meu ponto de vista, está sendo muito bem sucedida em função do apelo cômico, iniciado com a Skol. Caraca, a Skol é uma marca que me conquistou só pelos comerciais bem humorados. Se eu tivesse que escolher uma cerveja, eu compraria Skol sem duvidar da qualidade, porque lembro de situações engraçadas, bacanas, que acontecem com todos os reles mortais, como aquele churrasquinho com pão e farofa.

Outra propaganda que eu não só gosto, mas respeito (se é que esse é o termo correto), é a da Havaianas. Chama a atenção pelas cores, pelos atores e, mais ainda, pelas histórias bem boladas. E, mais uma vez, todo mundo usa... Inclusive nos churrascos com farofa a beira da piscina ou lá no quintal de casa.

Ainda bem que ainda existe gente bem humorada nesse mundo!
[ ... ]

Isto é uma vergonha!

Já escrevi muita coisa sobre as coisas que aprecio e dou grande valor. Prova disso é o nome do blog, que significa, em síntese, meu apreço por coisas aparentemente insignificantes para a sociedade, como ouvir o canto dos passarinhos na minha janela. Depois que um amigo criticou chamar este canal de “Fanatismo Alternativo”, confesso que fui até a página de configurações e coloquei outras duas palavras. No entanto, fiquei pensando na minha intenção ao criá-lo e, mais ainda, no fato de, sempre que o acesso, lembrar das coisas que gosto.

Tudo isso pra dizer que hoje me senti cansada de escrever apenas coisas que me agradam. Confesso que, quando estou com o humor não tão bom e tenho vontade de sair chutando tudo o que vier pela frente, me penitencio por estar, mesmo que por poucos momentos, valorizando mais as coisas ruins do que as boas. De manhã, por exemplo, fiquei pensando no que me move... Estive a ponto de concordar com o pensamento de que não é o amor que me move. O amor que sinto pelas pessoas e o amor delas para comigo. Que tonta! Posso ser grande ingênua, boba, muitas vezes, mas, segundo minha vó, sou assim porque sou boa. E se sou boa, é porque dou o meu melhor em tudo o que faço, colocando amor. Vó é vó, né? Então, gosto de pensar que foram sábias palavras essas.

Estava com esse turbilhão de idéias fervendo no meu cérebrinho quando vi algo na televisão que me mostrou porque preciso continuar dando o melhor de mim em tudo o que vivo e faço. Em um comercial, o apresentador informava a mudança de horário do programa, que sei lá de quando era, passaria para sábado, às 15 horas. Doeu quando ouvi ele dizer, empolgado: “Agora nos encontramos todos os sábados, às 15 horas da tarde”. Caramba! Quer deixar bonito e comete tamanho assassinato? Por que não dizer, simplesmente, às 3 da tarde? Pronto, satisfaria gregos, troianos e eu. Eu passaria até a não achar o comercial tão ruim.


Há alguns dias outro fato me chocou. Sempre respeitei o apresentador Bóris Casoy. Sei lá se é porque ele me lembra brincadeiras jornalísticas quando isso ainda não era realidade pra mim, ou se o trabalho dele era bom (na minha opinião até então). O que sei é que quando vi no Youtube o papelão que ele fez, rebaixando os garis nos bastidores (como ele pensava), perdi o respeito por ele. É como li em algum lugar: Bóris Casoy continua à frente do jornal como se nada tivesse acontecido. Pô, basta um pedido de “desculpa, fiz um comentário infeliz”? Quantos erros deveriam ser esquecidos então, hein? Que horror, Bóris Casoy. Um dos nomes sempre lembrados quando se fala em telejornal brasileiro, propagar tal ideia? Tenho medo de pensar por quantas outras coisas ele nutre opinião tão baixa quanto essa e, para o telespectador, sorri (mesmo que não seja seu forte) e parece consentir. Caro Bóris: Isto é uma vergonha! (eterna, arrisco dizer).


Outra notícia que me deixou estupefata – e, infelizmente, voltou à capa de alguns sites de notícia por esses dias – foi Geyse Arruda, seu vestido rosa curto e a expulsão da faculdade. Fama de 15 minutos, cabelos alongados com fios naturais, lipoaspiração e o convite para desfilar por uma escola de samba de São Paulo no carnaval deste ano. Aí eu penso: quanta ignorância dessa menina. Quanta ingenuidade por pensar que o corpo é o que importa. Quanta imaturidade ao se expor de tal forma, principalmente por pensar que todos os comentários que discordam dela estão, de alguma maneira, exaltando-a. Se bem me lembro, ela cursava (ou cursa) turismo. Eu é que não quero ter que cruzar com ela quando viajar por aí... Chega de falar da menina das pernas de fora. Sinto vergonha alheia. Muita vergonha!
[ ... ]

Nasceu!

Um dos melhores textos que li sobre Michael Jackson após sua morte foi escrito por Miguel Sokol e publicado na revista Rolling Stone Brasil. Deve ser porque mesmo antes de tê-lo lido era o que eu propagava de forma irreverente: “Michael Jackson não morreu. O objetivo principal da minha monografia é provar isso, iniciando a apresentação com o artista entrando pelo anfiteatro do Ielusc com seu famoso moonwalk”.

Miguel parte do pressuposto de que Elvis Presley não morreu, presumindo, então, que Michael também não. Uma das melhores partes do texto é a seguinte: “Michael Jackson se aproximou da filha de Elvis Presley para descobrir como ele fingiu ter morrido e enganou a todos”. E o autor vai mais longe, concluindo que Michael aperfeiçoou o plano de Elvis, que está por aí, se escondendo da mídia, uma vez que ele não precisará de disfarces para manter-se no anonimato, “já que ele usou peruca, maquiagem branca e máscara enquanto ainda era Michael Jackson”.

---

“Eu sempre quis contar histórias, sabe, histórias que viessem direto da alma. Gostaria de sentar perto de uma lareira e contar histórias às pessoas — fazê-las verem coisas, fazê-las rirem e chorarem, levá-las a qualquer lugar emocionalmente com algo tão simples como as palavras”. Assim Michael Jackson inicia o livro autobiográfico Moonwalk.

Nunca fui fã de Michael. Nunca havia assistido a um show ou, muito menos, encontrado o cantor face a face. Acompanhava sim sua carreira, mas só via televisão, jornal, revista e internet, o que me fazia achá-lo, na maior parte das vezes, um monstro. No entanto, algo aguçou meu gosto de observação quando, logo após a morte do artista, a cobertura midiática me apresentou um homem diferente. Fui desperta para um lado humano, sentimental e sofrido do artista, até pouco tempo explorado como uma pessoa ruim e doente. Foi aí que me senti atraída por Michael Jackson, àquele ao qual a mídia atribuiu, então, o título de mito, como Sérgio Chapelin, apresentador do programa Globo Repórter, resumiu no dia 30 de dezembro de 2009: “Morreu o homem, o menino que não queria crescer. E nasceu o mito”.

É, acho que Michael foi, finalmente, viver na Terra do Nunca, assim como Peter Pan. Foi viver com quem não ri de seu nariz, obrigando-o a mudá-lo para não se sentir constrangido. Seja em Pirassununga ou Piracicaba, como sugere Miguel Sokol, ele pode conviver com crianças sem ser mal interpretado. Bom, é o que eu acho. Infelizmente, nunca poderei saber o que realmente passava pela cabeça de Michael. O que sei, é que talento não faltou para que ele se consolidasse como mito.
[ ... ]

19 de jan. de 2010

Jornalistas não são pedras

TERREMOTO NO HAITI
Jornalistas não são pedras
Por Leticia Nunes, de Nova York em 19/1/2010

É enorme a chance de um jornalista que cobre um desastre como o do Haiti sentir-se impelido a ajudar as vítimas que agonizam à sua frente. Sua missão de testemunhar e reportar um fato com isenção, de ser uma figura neutra, de respeitar a ética da profissão, perde-se em questão de segundos diante da possibilidade concreta de ajudar o outro, e por um motivo óbvio: o jornalista é humano.

Na semana passada, o neurocirurgião Sanjay Gupta, correspondente médico da rede americana CNN, foi bastante criticado por examinar um bebê de 15 dias diante das câmeras. Gupta contou aos telespectadores, enquanto andava rapidamente por uma rua de Porto Príncipe, que haviam lhe chamado para ajudar a criança, atingida na cabeça no momento do terremoto de terça-feira (12/1). A mãe morreu, e o pai segurava o bebê com uma expressão confusa, como se ainda não tivesse lhe caído a ficha sobre o que acabara de passar. O médico pega a criança, examina seus movimentos, verifica a possibilidade de alguma fratura no crânio e faz um curativo na ferida da cabeça.

"Certamente há casos em que um jornalista qualificado pode e deve fornecer assistência médica quando a necessidade é imediata e séria", afirma o professor Bob Steele, do Instituto Poynter. "O problema no caso do doutor Gupta é que ele já fez isso em diversas ocasiões no Iraque e agora no Haiti. Se é imperativo que ele intervenha como médico, que saia de seu papel jornalístico e o faça. Não se pode é colocá-lo para cobrir as mesmas pautas das quais participa. Isso confunde a reportagem jornalística e embaça a lente da observação independente", defende Steele. Ele também acusou a CNN de fazer marketing com o vídeo, ao exibi-lo diversas vezes na TV e dar destaque a ele na internet. "Francamente, não é uma grande história", justifica.

Para Gupta, não há um conflito ético em usar seus conhecimentos médicos durante as pautas que cobre. Em 2003, ao acompanhar uma unidade médica da Marinha americana no Iraque, o correspondente realizou cinco cirurgias. Na semana passada, ele escreveu em seu perfil no Twitter que é um repórter, mas, em primeiro lugar, é um médico. "Muitos me perguntaram: é claro que, se preciso, irei ajudar as pessoas com meus conhecimentos de neurocirurgião", afirmou.

Resgate

No fim da semana passada, outro caso rompeu a neutralidade jornalística. Integrantes de duas equipes de TV australianas deixaram a rivalidade de lado para resgatar um bebê preso nos escombros. A menina estava deitada junto aos corpos dos pais, que morreram no terremoto, quando o cinegrafista Richard Moran, que trabalha para a emissora Nine Network, ouviu seu choro. Moran largou sua câmera e começou a retirar pedaços de concreto do caminho, enquanto o intérprete Deiby Celestino tentava encontrar a criança.

As imagens do resgate foram feitas pela maior concorrente da Nine, a emissora Seven. "Das ruínas, surgiu esta pequena menina, e eu nunca vou esquecer. Ela não chorou. Ela olhava assustada, como se estivesse vendo o mundo pela primeira vez", contou o repórter Robert Penfold, da Nine. As imagens, que rodaram o mundo, mostram ainda o correspondente da Seven, Mike Amor, segurando a criança e lhe dando água. "Naquele momento, era maior do que o jornalismo", disse Amor. "Eu não via nada tão extraordinário desde o nascimento de meu próprio filho. A emoção, para todos nós, foi inacreditável."

O caso do resgate feito pelos australianos é diferente da consulta médica realizada por Sanjay Gupta e talvez se encaixe na classificação de "aceitável" pelos críticos, já que se tratava de uma emergência. Ainda assim, eles poderiam questionar se não havia mais ninguém no local para socorrer a criança, se era realmente necessário que um cinegrafista largasse sua câmera, e mais um milhão de "ses". Fato é que o manual ético se perde em meio a uma situação extraordinária, e é muito difícil criticar uma decisão como a dos correspondentes envolvidos sem ver a destruição que viram de perto – desprotegidos do filtro da TV – com todos os seus odores nauseantes e sons desesperadores.

Os jornalistas tinham a obrigação, como jornalistas, de resgatar a menina dos escombros? Não. Mas o fizeram, e salvaram uma criança. Sanjay Gupta tinha a obrigação, em seu papel de correspondente, de examinar o recém-nascido e fazer um curativo limpo em sua cabeça? Não. Mas o fez, e um pai, que de outra maneira não teria ajuda médica, respirou aliviado. Esperar que não se viole normas éticas em situações como a do Haiti é acreditar que jornalistas são simples pedras, desprovidos de sentimentos ou emoções. Com informações da AFP [18/1/10] e do Los Angeles Times [14/1/10].
Publicado originalmente aqui.
[ ... ]

Haiti.Org

Eu diria que não é questão de valer a pena, mas sim, de necessidade acompanhar o que está acontecendo no Haiti. É hora de pensar. Hora de ajudar.

"O terremoto que devastou o Haiti traz à tona a problemática situação do país antes mesmo da catástrofe e coloca em discussão o futuro desse povo já tão castigado. E nesse momento é de extrema importância o monitoramento das ações internacionais no processo de reconstrução e o debate qualificado sobre aquilo que fez, faz e fará parte da história da nação responsável por uma das maiores, senão a maior, revolução negra do mundo.

E são justamente esses os objetivos do projeto Haiti.Org: dar visibilidade à história do país que muitas vezes não tem espaço na grande imprensa, oferecer um ambiente de análise crítica sobre o futuro do Haiti, pensar formas de ajudas humanitárias efetivas e, acima de tudo, não deixar que a situação do povo haitiano caia no esquecimento após o “boom midiático” subseqüente ao trágico acontecimento de 12 de janeiro."

Parte do texto que tem por título "#haitibr: jornalismo solidário em rede", extraído do site que tem como missão informar a população brasileira e sul-americana sobre o que ocorre no Haiti, com foco na cidadania, na política, nos direitos humanos, na economia e na cultura.

[ ... ]

17 de jan. de 2010

Uma partida de futebol

- Pô, cara. Tá indo oito fraldas por dia...
- Ah, usa de pano.
- Claro. Não é tu que vai lavar, né?

--

- Bicho, viu o Big Brother?
- Ô. Tem até mulher macho.

--

- Olha a fumaça ali!
- Parece que tem labaredas enormes já...
- Caramba! Meu carro tá naquela direção.
- Ah, não deve ser nada que valha a pena deixar de ver o jogo.

--

Jogos de futebol são sempre mais divertidos com comentários alheios e histórias paralelas. Quando o JEC ganha bonito então... na foto (reproduzida daqui), o craque da partida. Só não foi melhor porque resolveu não dar uma paradinha na bola em um dos lances. Mas se redimiu de forma incrível. Grande Lima!



Mas de nada adianta um grande ataque sem uma super defesa, né? Então, que tal valorizá-la, votando em outro craque jequeano? É só clicar aqui. Fabiano, goleiro, muso do Catarinense 2010.


Já diria grande amiga: Ôôô lá em casa!

[ ... ]

14 de jan. de 2010

É hora de agir!

Fiquei sabendo que no Brasil, 80% dos alimentos são produzidos em pequenas propriedades, na maioria familiares. Seria um bom motivo para cultivo orgânico, mas por falta de incentivos governamentais e custo alto de produção, agrotóxicos continuam sendo a preferência. Felizmente, segundo Ivo Gramkow, vice-presidente da Associação dos Produtores e Processadores de Orgânicos no Brasil, o governo vem dando mais atenção a isso. Ele conta que em 2003 foi aprovada no país a lei dos orgânicos, no entanto, não foi regulamentada, o que aconteceu somente em 2007. Mas aí, faltavam as instruções normativas, que seriam criadas ao longo de 2008 e 2009, para que no final do último ano fosse criado o selo oficial do Ministério da Agricultura. Pra variar, o prazo foi prorrogado para o final de 2010. De acordo com Ivo, já é um grande passo, principalmente porque a lei dos orgânicos no Brasil é muito boa.

Enquanto eu degustava um ótimo suco de amora (feito apenas de amora, água, ácido cítrico e açúcar), fiquei espantada com o dado divulgado pela Anvisa, que dá conta de que em 2008 o Brasil foi o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Falando assim pode não parecer tão anormal, mas se pensarmos nisso como 4kg de agrotóxico ingerido por pessoa em um ano, se torna mais alarmante.

Eu, de fato, estou mais afim do que nunca de ajudar a salvar o planeta. Tem várias coisas bacanas acontecendo nesse sentido, como o projeto da Oceano, o Keep The Ocean Blue, colocado em prática na Prainha, em São Francisco do Sul. Acho que vale a pena dar uma pesquisada e começar a agir.
[ ... ]

11 de jan. de 2010

Baú de ideias

Hoje é o dia de começar a escrever. Escrever profissionalmente e academicamente. Escrever com o cérebro e com o coração. Escrever de tudo um pouco, ou um pouco de tudo, quem sabe. Hoje também é dia de pintar. Pintar de amarelo a parede do escritório e de verde a agenda nova. Pintar de roxo a borracha, de preto a lapiseira, e de quatro cores uma só caneta. Já que a chuvinha insiste em acompanhar, é dia de pintar de cor-de-rosa a sombrinha.

Hoje, é dia de olhar pra frente com a certeza de um ano próspero e divertido. É dia de perceber que a vida não para, e que para acompanhá-la é preciso sermos dinâmicos mas, acima de tudo, estarmos dispostos. Dispostos a enfrentar o calor e o frio, a chuva e o sol, o claro e o escuro... sem reclamações. Precisamos viver mais e reclamar menos. Precisamos conviver mais, abraçar mais, sentir mais, e calcular menos. Contar os dias para o final de semana simplesmente por hábito, e não por achar a segunda, a terça, a quarta, a quinta e a sexta dias infernais. Precisamos silenciar e ouvir o canto dos pássaros em meio ao trânsito caótico e o barulho de milhares de teclados sendo digitados.

A partir de hoje, é preciso lembrar sempre que sorrir movimenta mais de 30 músculos faciais... e é de graça.
[ ... ]

10 de jan. de 2010

E você?

Se eu soubesse que o mundo terminaria amanhã, hoje ainda plantaria uma árvore. (Martin Luther King)
[ ... ]

8 de jan. de 2010

Ih, esqueci. Carta pra você II

Buck,

sim, sou eu novamente. É que, sabe, eu esqueci de te dizer algumas coisas... espero que não se canse de ler a primeira carta e não leia essa. Afinal, até respirar parece te cansar. Enfim, esqueci de dizer que hoje chorei vendo suas fotos. Vendo que tudo mudou e que me preocupei contigo sendo que tu nem lembravas mais de mim. Caraca, não é fácil, hein? Ah, o importante é que o que eu mais te desejei está acontecendo: a sua felicidade. Acho que o mínimo que tu podes fazer por mim é desejar a mesma coisa, né? Mas deseje só se for verdade, porque abomino mentiras, tu sabes. Esqueci de dizer também que descobri o significado de muitas coisas, até de muitas palavras (aqueles livros que citei na primeira carta contribuiram muito, é claro). Creio até que usarei tais palavras na minha monografia. É, sei que ainda sou novinha, mas até a metade do ano defendo meu trabalho de conclusão de curso. Pra mim, é muito importante, um grande passo pra minha carreira, graças a Deus já iniciada. Sei que tu já estudastes bastante, mas se ainda tiver paciência, curse esta que faço agora, aposto que vais adorar! Ah, descobri que sou mais madura do que eu mesma acreditava ser. Estranho, né? Bom, eu diria que mais estranho que isso, só se eu te disser que tanto quanto madura, sou ingênua e bondosa. Sem falsa modéstia aqui, sou bondosa, sim... afinal, foi justamente por essa característica ter se manifestado em mim tão fortemente que fui tratada como uma bonequinha de pano que se joga num canto da estante. Isso, a partir de agora, você pode me chamar assim: bonequinha de pano. Bonitinho, né? Pronto, agora eu acho que chega, senão aposto que tu não vais ler mais. Buck, seja tão feliz quanto eu!








Chloe,
a bonequinha de pano
[ ... ]

Carta pra você!

Buck,

feliz 2010! Espero que seu ano tenha começado bem, como o meu. Admito que sinto saudades suas de vez em quando, principalmente quando deito a cabeça no travesseiro e penso no dia seguinte. Mas já tá passando. Às vezes vou deitar tão cansada que nem lembro de pensar. Você já ficou no mar até as mãos e os pés enrugarem? É bom, não é? E depois disso, tomar uma boa ducha e se esticar na rede, à sombra de um sombreiro, ouvindo o canto dos pássaros? Incrível, não acha? Pois é, percebi como nunca o quanto isso tudo é bom, e o quanto tudo isso acaba passando despercebido pra muita gente. Os livros foram meus melhores amigos durante alguns dias. Acredita que li seis em menos de duas semanas? Nossa, foi o máximo... estou numa coleção espetacular, iniciando o terceiro livro hoje. Já ouviu falar em Deixados para Trás? Se não, é bom se informar. Não só sobre a coleção, mas principalmente sobre como não ser um dos deixados para trás. Borboletas, pombos e até uma cobra foi capaz de me fazer companhia em alguns dias de férias, acredita? Claro, a cobra fez companhia apenas durante o tempo em que não a vi, porque quando a descobri, me encolhi na rede em que estava e chamei o "vôcorro". Quase esqueço: fez planos para este ano? Espero que tenha feito e que cumpra-os, hein? O meu principal é fazer o que for possível pra ser feliz e fazer as pessoas ao meu redor felizes também. Creio que neste objetivo tudo acaba sendo englobado, desde trabalho, até família, amigos e quem mais passar pela estrada da minha vida. Tenta fazer isso também, principalmente se ainda não pensou em nada, como eu imagino que seja. E se eu puder dar mais uma dica, ei-la: cresça e apareça!

Chloe
[ ... ]