28 de jan. de 2010

Relacionamento


Que atire a primeira pedra quem nunca se atirou de cabeça num relacionamento, seja conjugal, fraternal ou mesmo profissional. Quando gostamos de alguém, é fácil confiarmos segredos, sentirmos saudades, termos vontade de conversar. É fácil também esperar as mesmas sensações dessa outra pessoa e, mais fácil ainda, se decepcionar. Falo isso depois de uma agradável conversa com uma amiga muito querida. Há cerca de um mês ela e o namorado terminaram um relacionamento estável que durara bastante tempo. Juntos, iam a todos os lugares, faziam planos... e, de repente, ele se sentiu confuso. Disse pra ela que a amava, mas que não tinha mais certeza de nada, muito menos se deveria ficar com ela. O que ele não disse, porém, foi que simplesmente não tinha coragem de terminar. Não depois de dizer uma coisa e fazer outra. Não depois de construir os sonhos de outra pessoa e alimentá-los até minutos antes de dizer que “não dá mais”.


Minha amiga, é claro, ficou sem chão. Num primeiro momento, ela me disse, não por conta dela e de seus sentimentos, mas por pena dele, que pareceu tão frágil de uma hora pra outra. Chorou pensando num jeito de ajudá-lo, escreveu e-mails, pediu conselhos. Mesmo não tendo um posicionamento do porque de toda aquela confusão que ele dizia estar passando, ela não desistiu. Não pensava em voltar, nem sabia mais se queria, se daria certo dali pra frente. O que ela pensava e, mais que isso, desejava, era saber que ele estava bem, sem pensamentos atormentando sua vida. Pulamos os detalhes que eu já conhecia, e que, para preservá-la, principalmente, prefiro não expor aqui, minha amiga me disse, um tanto quanto cabisbaixa, que em menos de uma semana depois do término do namoro, seu ex-namorado já havia viajado para alguns lugares – que ela sempre sugeria, por sinal – em companhia de outra menina, que eu mal podia esperar pra saber quem era. Com os olhos um pouco marejados, embora aliviados, ela me disse que era sua nova namorada. Nova em partes, pois o caso já é antigo... Conversamos mais um pouco e decidimos mudar de assunto. Afinal, o que passou, passou. Se ele, que fora capaz de fazer todo esse papelão com ela não estava mais nem aí, por que ela deveria deixar de viver sua vida numa boa, alegre, por ele? Depois que nos despedimos, comecei a pensar em tudo o que ela deve ter sentido... e é por isso que escrevo, pois sempre acho que experiências alheias podem ajudar a gente a compreender e lidar com situações adversas.

Sei que se conselho fosse bom não se dava, se vendia, mas o que sugeri pra minha amiga, de quem gosto muito, muito mesmo, é que ela se abra a novos relacionamentos. Que fortifique os já existentes e dê oportunidade para novos. No quesito namoro, disse a ela que, no meu ponto de vista, é preciso não atribuir características de ex ao possível-novo. Se um decepcionou, o outro pode surpreender positivamente. Costumo brincar com ela dizendo que ela é linda e loira e, por isso, preferência nacional. Dessa vez não foi diferente. Insisti que além de linda, ela é inteligente, prestativa, bacana e bem humorada e que, se um cidadão não soube valorizá-la, ele é digno de pena e lamento, porque perdeu uma ótima companhia.

É o famoso “bola pra frente que atrás vem gente”. O tempo vai passar mesmo que a gente fique parado. Independentemente de ficarmos olhando pro teto nos lamentando, ou colocar uma roupa bem bonita e passear, o dia vai amanhecer e anoitecer... Basta-nos fazer a melhor escolha. E a melhor escolha, na minha opinião, é ser feliz... e isso, só quem sabe colocar em prática é a gente mesmo.

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