28 de abr. de 2010

Tempo bom pra sempre!

Tinha um cachorro em casa que nem gostava de mim. Mas quando eu o vi desfalecendo, chorei. Depois, tinha um que era violento e que também não ia com a minha cara. Quando o vi indo embora, para ficar sob o cuidado de outra pessoa, sofri. Do lado de casa tinha um tanque cheinho de peixinhos de cor laranja. Quando ele foi desativado e o lugar virou um depósito de adubo, fiquei frustrada, sentimento que tomou conta de mim também quando o outro tanque (este sem peixes e com água bem limpinha), que servia de piscina para meus primos e eu, acabou.

Fui crescendo e tendo que me adaptar com muitas mudanças. Ainda que pequenas, configuravam novos hábitos e saudade. Sentimento estranho, de falta e, ao mesmo tempo, de progresso. E foi isso que eu voltei a sentir ontem quando, à noitinha, a caixa d'água do terreno do meu bisavô (interligado a minha casa) e a árvore de cambucá foram ao chão. Motivos existiam, claro: o principal era o perigo que a construção velha e o pé de fruta antigo representavam para as casas próximas (e para as pessoas que perambulam o dia inteiro por ali). Mesmo sendo madura o suficiente para entendê-los, o pátio não é mais tão legal quanto era antes.

Sempre vou lembrar dos jogos de vôlei e basquete que eram atrapalhados pelos galhos da árvore e, pior, quando tínhamos que parar tudo e chamar um adulto para escalar a caixa d'água para pegar a bola que tinha ficado presa lá. Mas era bom... sempre tinha sombra e vento. Sempre foi agradável. O pé de cambucá e a caixa d'água de cimento, já sem água, foram cúmplices de muitas histórias, de muitas fofocas, de muitos planos infantis mirabolantes. A caixa d'água parecia sorrir a cada vez que arranjávamos um pedaço de pau para cutucar as cambucás: enquanto um pulava para derrubá-las, outro ficava à postos para agarrá-las. Depois, era sentar no poço ao lado, dividí-las ao meio e comer de colherzinha.

Bons tempos. Boas lembranças. Saudade do que era e jamais será novamente. Certeza do quanto foi bom, do quanto foi importante, do quanto valeu a pena. Certeza de dias felizes vividos - e de que, esses sim, continuarão acontecendo... com a família e com os amigos, parando a correria para se abaixar e arrancar um matinho que insiste em arranjar espaço pra nascer no meio das britas, subir um morrinho de barro e grama para ver as galinhas, silenciar para ouvir a conversa dos papagaios com as araras e o belo canto dos passarinhos.
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O retorno de Geisy

Tô com muitas ideias pra postar aqui e, principalmente por isso, acho uma lástima desperdiçar um post com o que vem a seguir...

Mas acabei de ver um link no Twitter que me levou a um blog que disse tudo o que eu já queria ter dito - e não sabia como. Apesar de eu ainda ficar revoltada com o assunto, devido a sua repercussão, dei muita risada. Clica aqui para ver o blog e assistir ao vídeo dos vestidos by Geisy (ou não).

"Geisy Arruda mostra coleção de vestidos de sua GRIFE

Eu olho isso e só consigo pensar num castigo pro pessoal da UNIBAN que fez o favorzão de trazer esta mulher das entranhas do inferno para nossas vidas.

Deixar Geisy e eles trancafiados PRA SEMPRE dentro daquela faculdade. Todos de vestido rosa. Pega ela de volta que a filha é de vocês"

Claro, eu seria mais delicada. Mas a ideia é a mesma.
Fica a dica!
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26 de abr. de 2010

Delírios


Eu acho engraçada a quantidade de sentimentos que somos capazes de sentir no mesmo momento. Alegria e tristeza, por exemplo, parecem se fundir e se distanciar ainda mais num simples segundo. E é tanta sensação diferente que passa pela gente, que muitas vezes não sabemos nem nomeá-las. Comigo por exemplo é assim. Bom, isso não vem muito ao caso agora... o que vem ao caso é a estupidez que tanta gente pode cometer com um simples pensamento. Se não fosse comigo e alguém me contasse, acho que eu não acreditaria.

Depois de um excelente final de semana, na companhia de amigos agradabilíssimos, conversando sobre assuntos interessantes e, é claro, dando muitas e muitas risadas, uma pontinha de mim volta perplexa com algumas notícias dos últimos tempos. Notícias estas que deveriam ter sido anunciadas no ano passado ainda, creio eu. Daí que eu digo que tem muita gente estúpida, incapaz de perceber que existem pessoas além do próprio umbigo e que, diferentemente do que pensam, essas pessoas sim se preocupam com o bem-estar alheio, se colocando em segundo plano. Olha só, essas tornam-se estúpidas por isso. Tomam na cabeça e parece que não aprendem. Eu mesma... caraca! Parece que vivo dando a minha cara à tapa porque mesmo me dando mal, não deixo de me preocupar com os outros, mesmo que os outros ajam com a estupidez caracterizada num primeiro momento deste post.

É, isso aqui deve estar confuso. Acho que é um claro exemplo da mistura de sentimentos, sensações, pensamentos e afins que tomam conta de mim o dia inteiro. Ah, deve ser bom, pelo menos consigo ser emocional e racional ao mesmo tempo, mesmo que às vezes seja mais um ou outro... num dado momento tudo se equilibra. Ufa! Queria que, assim como eu, mais pessoas conseguissem ser equilibradas e que, mesmo sendo tarde, conseguissem novamente olhar para aquelas que machucaram e dizer "eu errei". Nem custa nada, não.

Mudando um pouco de assunto, depois de amanhã chegam dez novos livros pra compor minha biblioteca. Parece que quanto mais leio, mais sede de ler eu tenho. Só que, depois de ouvir tanto sobre ateísmo e secularismo, e sentir minha fé em Deus ainda mais fortificada, parece que todos os livros que tenho e os materiais diversos aos quais tenho acesso são insuficientes. Olha eu, deixando aflorar minha hiperatividade de novo... e ainda tenho coragem de dizer que sou equilibrada, vai entender. O mais legal é que mesmo eu não me entendendo completamente, Deus me entende e, o mais supimpa: me ama do jeito que eu sou. Aliás, ele ama você também, sabia? E é por isso que muitas vezes ficamos inseguros, ressabiados, porque sabemos que um Pai de amor nos dá consciência para assumir nossas fraquezas, mesmo que a gente nem queira assumir.

Por falar nisso, já viu o documentário Religulous? Eu assisti no sábado à noite. Sou tão "não cult" que durmo até sem querer ao assistir filmes. Mas com esse foi diferente, porque ele me despertou. Vale a pena assistir e ir atrás de mais respostas e questionamentos. O assunto é amplo e imprescindível, principalmente num tempo em que vivemos sem Deus, ou melhor, num tempo em que muitos sabem falar sobre Deus, mas não sabem exatamente quem Ele é. Para complementar minha frase favorita, que diz que "o que a gente faz, fala muito mais do que só falar", ouvi outra depois deste documentário (que apresenta Deus como uma coisa), que fala que "nossas atitudes passam a ser a Bíblia que as pessoas lêem". Hãhãm, como será que as Bíblias têm sido lidas? Já diria a letra de uma musiquinha de anos atrás, na salinha de Culto Infantil: "Pare pra pensar, pense muito bem!".

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PS: as fotos são do final de semana. Para saber mais sobre ele, acesse o site da MiUni, clicando aqui. Como tem muitas fotos, e muito legais, elas ganharam espaço também por aqui.
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21 de abr. de 2010

Lá vou eu!

É incrível como às vezes me sinto impotente diante de várias situações e, por que não dizer, de várias pessoas. Incrível também é a vontade de fazer ou dizer alguma coisa no ato, antes que seja tarde demais. Por mais que essas atitudes pareçam ser complementares, em alguns momentos elas parecem muito difíceis.

Acho que esse vídeo representa um pouquinho do que penso com relação ao que escrevi acima. E eu gosto de pensar assim. Porém, agora é hora de agir mais também. Por isso, "here I go again":


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18 de abr. de 2010

Eu quero celebrar o mundo inteiro!

Acordem todos! Como vocês podem dormir num tempo como esse? A menos que o sonhador seja você realmente. Escute a sua voz: aquela que diz a você experimentar além da ponta da sua língua...

E o tempo certo é tudo. E este tempo lá é suficiente. Estou me equilibrando, cuidadoso e firmemente. E revelando uma energia que todo mundo está emitindo!




Não é preciso dizer mais nada.

Mas, acho que vale a pena acrescentar: Mantenho minha vida numa louca rotação, pedindo que isso te levante. Para cima, cima e para longe!

Não costumo colocar fotos minhas aqui, porém, com momentos bacanas demais sendo vividos ultimamente, me deu muita vontade de compartilhar. Afinal, não quero esperar mais. Não, eu quero celebrar o mundo inteiro! Quer ver mais horas felizes? Clica aqui e se inspira também!




Os trechos em roxo são a tradução de alguns pedaços da música Make it mine, do Jason Mraz. Ahlalala! Ahlalala! Ahlalala!
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14 de abr. de 2010

O tempor perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem

Ahhh, tenho mil ideias de coisas pra escrever, e muita vontade também. Mas cadê o tempo para organizar tudo? Alguém viu por aí?

Quando decido parar tudo dez minutos para, finalmente, montar o post, não consigo compilar as mil e uma ideias. Tô meio hiperativa ultimamente. Só não sei até que ponto isso é bom.

Bom, vou voltar ao Michael, porque já tem Paulo, Marcelo, Juliano e Bruno na fila de espera... ops, ficou estranho, né? Eu explico: o primeiro moço é o Jackson, meu objeto de pesquisa monográfica. Os demais são os que já entrevistei pra revista do próximo mês, sobre os quais preciso escrever criativamente (se possível).

Hasta la vista, baby!
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11 de abr. de 2010

O eterno movimento

Em uma dessas manhãs que parece suspensa no ar, percebo que me movimento procurando conforto, suspirando ainda insatisfeita. Procuro um modo de falar que me permita entender pelo menos metade do que me parece ideal. Será que a palavra é o meu meio de comunicação, assim como o foi para Clarice Lispector? Ela dizia que jogava com as palavras como se lançasse dados: acaso e fatalidade. De fato, a palavra materializa o instinto e permite pensar os sentimentos. Assim como Clarice, me pergunto o que posso começar a escrever de modo a amar as palavras, fazendo-as se tornarem a materialização de meus pensamentos. Já sei! Vou começar a anotar frases...

O som macio que sai do teclado a medida que busco, incessantemente, as letras certas, parece uma música imprescindível ao ser humano. Ele me permite atingir, por meio das palavras, a verdade, a tranquilidade e, é claro, a insegurança. Será que estou digitando as composições certas? Minhas linhas se tornarão, ao final, a melodia do que sinto? Claro, sei que corro o risco de chegar ao crepúsculo... mas que graça teria chegar sem obstáculos, mesmo que imaginários, ao dia claro?

Não consigo aquietar-me. Olho pela janela e o que vejo me faz ter ainda mais vontade de saltitar. São pássaros voando de galho em galho, sempre se deixando acompanhar pelos mais variados cantos. Essas aves pequeninas sempre me deixam absortas num universo vago de gente, mas repleto de bem-estar. Não que as pessoas signifiquem mal-estar, mas ah, como elas são complicadas... ou, quem sabe, como elas são complexas a ponto de complicarem tudo. Não me excluo dessa visão macro. Sei muito bem como dificultar algumas coisas – e só perceber que fui capaz disso depois, quando embalada pelo canto dos pássaros, noto maneiras simples e delicadas de contornar situações mais críticas.

Só hoje já mudei a imagem de minha proteção de tela mais de dez vezes. E ainda não me sinto à vontade com a escolhida. Preciso de mais movimento... preciso de novas tentativas, de novas combinações. Preciso também de um novo layout para este canal. Está tão monótono, pobrezinho. Gosto de suas cores e do que me oferece. Mas cansei. Cansei de olhar sempre para as mesmas combinações. Preciso de sobriedade e clareza, sem deixar de lado contrastes marcantes. O que busco é renovação... renovar ideias e ideais.

Tenho lido coisas que me deixam frustrada. Frustrada por perceber quão ignorante algumas pessoas são a ponto de se subjugarem e, o que é pior, tomarem o papel de vítima daquelas que realmente o eram. Sim, lobos em pele de cordeiro. Ah, que vontade tamanha de dizer verdades absolutas, mesmo que tenham inúmeras interpretações. Por que aceitar o que escrevem, sem ao menos colocar o dedo na ferida em busca de conforto psicológico? Estou cansada de ler frases como “não mereço isso, mas não sei o que fazer para mudar”. Mexa-se! É hora de percebermos que há muito mais entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia permite entender. Não é assim? Chega de vitimar-se a ponto de tornar-se digno de pena. Estar acometido de pena é quase uma humilhação... é estar estagnado num mundinho minúsculo, sem ter sabedoria para lidar com os mais singelos sentimentos.

É o que estou tentando fazer. Movimentar-me tanto quanto possível, assim como cinco valentes jogadores de basquete em quadra. Do lado de fora, espectadores motivam, enquanto internamente, cada movimento é levado em consideração. Com o acerto ou com o erro, um discreto toque de mãos, um abraço, um incentivo mostrando que não se está só. E, realmente, não estamos sozinhos no mundo. Do início ao fim, temos que ser como um técnico que vibra, que acredita, que não desiste de mostrar o quando cada um é capaz de vencer por meio da escolha que faz.
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4 de abr. de 2010

Fazendo a diferença

Mariana aproveitou o feriado para dormir. Estava cansada da correria física e mental, de não ter tempo para degustar um lanche sequer. Só tinha tempo para engolí-lo sem o mínimo prazer. Decidiu se esquecer de tudo o que precisava fazer. Esqueceu da faculdade, da família, dos amigos e até de alguns compromissos. Não sentiu peso na consciência porque era um esquecimento temporário, que duraria apenas o tempo de seu sono. E dormiu. Dormiu e sonhou que era uma heroína, dessas que voam e, com um simples bip no relógio, sabe tudo o que está acontecendo no mundo inteiro. Em seu sonho, ajudou o papai noel a entregar alguns presentes atrasados, e deu uma assistência para o coelho da páscoa esconder os ovos das crianças que acabaram de acordar. Voou numa vassoura porque era dia de halloweene ofereceu gostosuras e travessuras para pessoas já mais velhas, arrancando-lhes boas risadas. Mariana também sonhou que era mãe, e que por pouco não entregou o presente de dia dos pais ao seu. Sonhou que dormiu ainda com o sol refletindo em sua janela, e acordou com o barulho da chuva que caía mansamente sobre o telhado de sua casa. Mas que casa? Tudo estava misturado. Tantas datas comemorativas num dia só... o que isso significava? Ela ficou aflita, mas decidiu levantar e ver o que o novo dia lhe reservara. Surpreendeu-se ao ver que a chuva já tinha cessado, e agora a neve caía em floquinhos suaves. Os meninos brincavam de jogar bolas de neve uns nos outros, enquanto as meninas terminavam de enrolar o cachecol no boneco com nariz de cenoura. Todos estavam de bermuda e uma camiseta leve e colorida. Pareciam as flores encobertas por aquele frio todo. Novamente Mariana estranhou. "Onde é que eu fui me meter?", pensou? Seu relógio começou então a bipar. De todos os lugares alguém precisava dela: tinha um gato que não conseguia descer da árvore, um homem que não encontrava o filho escondido, uma tia que havia caído na calçada e enfrentava zombaria de uns meninos... Mariana não sabia o que fazer, não sabia a quem atender primeiro. "E agora?", resmungou. Foi aí que decidiu bipar seu próprio relógio e admitir que não era uma heroína, mas sim, alguém que está em constante aprendizado, mesmo que tudo esteja de cabeça pra baixo. E, nos toques incessantes do bip, ela acordou. Desligou o despertador, virou-se de barriga para cima em sua cama e sorriu. Ela não era uma heroína, mas mesmo assim, fazia a diferença na vida de muitas pessoas, sem que elas precisassem de um código para chamá-la. Sentou-se e lembrou de sua família, de seus amigos, de seus compromissos e, por fim, dela mesma. Suas forças estavam renovadas. E, levada pela melodia dos pássaros, Mariana levantou num pulo e sentiu-se feliz.
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2 de abr. de 2010

Há ocasiões em que palavras não servem de nada

"Ou então, certas coisas o melhor é deixá-las sem explicação, dizer simplesmente o que aconteceu, não interrogar o íntimo das pessoas, como foi daquela vez que a mulher do médico tinha saído da cama para ir aconchegar o rapazinho estrábico que se havia destapado. Não se deitou logo. Encostada à parede do fundo, no espaço estreito entre as duas fileiras de catres, olhava desesperada a porta no outro extremo, aquela por onde tinham entrado num dia que já parecia distante e que não levava agora a parte alguma. Assim estava quando viu o marido levantar-se e, de olhos fixos, como um sonâmbulo, dirigir-se à cama da rapariga dos óculos escuros. Não fez um gesto para o deter. De pé, sem se mexer, viu como ele levantava as cobertas e depois se deitava ao lado dela, como a rapariga despertou e o recebeu sem protesto, como as duas bocas se buscaram e encontraram, e depois o que tinha de suceder sucedeu, o prazer de um, o prazer do outro, o prazer de ambos, os murmúrios abafados, ela disse, Ó senhor doutor, e estas palavras podiam ter sido ridículas e não o foram, ele disse, Desculpa, não sei o que me deu, de facto tínhamos razão, como poderíamos nós, que apenas vemos, saber o que nem ele sabe. Deitados no catre estreito, não podiam imaginar que estavam a ser observados, o médico de certo que sim, subitamente inquieto, estaria dormindo a mulher, perguntou-se, andaria aí pelos corredores como todas as noites, fez um movimento para voltar à sua cama, mas uma voz disse, Não te levantes, e uma mão pousou-se no seu peito com a leveza de um pássaro, ele ia falar, talvez repetir que não sabia o que lhe tinha dado, mas a voz disse, Se não disseres nada compreenderei melhor. A rapariga dos óculos escuros começou a chorar, Que infelizes nós somos, murmurava, e depois, Eu também quis, eu também quis, o senhor doutor não tem culpa, Cala-te, disse suavemente a mulher do médico, calemo-nos todos, há ocasiões em que as palavras não servem de nada, quem me dera a mim poder também chorar, dizer tudo com lágrimas, não ter de falar para ser entendida. Sentou-se na borda da cama, estendeu o braço por cima dos dois corpos, como para cingi-los no mesmo amplexo, e, inclinando-se toda para a rapariga dos óculos escuros, murmurou-lhe baixinho ao ouvido, Eu vejo". (Um pedacinho de Ensaio Sobre a Cegueira, de Saramago)

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.

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