Muita gente ainda não sabe, na prática, o que é desenvolvimento sustentável. Eu explico: é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da nossa geração, sem comprometer os recursos naturais para atender as necessidades de nossos filhos, netos, bisnetos... Para que esse desenvolvimento seja possível, no entanto, ele depende de planejamento e, principalmente, do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
Profissionais como empresários e executivos, por exemplo, acabam não se preocupando com o desenvolvimento sustentável porque ele preza pela qualidade ao invés da quantidade. Isso significa que o uso de matérias-primas é reduzido, bem como a reutilização e a reciclagem aumentam. Por isso, acabam justificando que não são ecologicamente corretos porque isso faria ruir seus negócios, baixando a produção.
Claro, quando se fala em perda de dinheiro há preocupação de toda a parte, o que é totalmente compreensível e até necessário. Mas já é hora de pensar que muitas atividades econômicas podem ser exercidas levando em consideração a preservação dos recursos naturais do planeta.
Dando uma olhadinha no site de ONGs como
WWF Brasil e
Greenpeace, soube que os cientistas afirmaram, no último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), que há 90% de certeza que o aumento de temperatura na Terra está sendo causado pelos homens.
E que aumento! Em
Joinville, ontem, a sensação térmica chegou a 56° C. Insuportável. Como se fosse adiantar, desejamos vento, queremos inverno, reclamamos muito do calor. Somos ignorantes, isso sim. Ignorantes por só começar a prestar realmente atenção na saúde do planeta quando ela começa a nos afetar diretamente.
O que podemos fazer? Muita coisa. É aquela velha história de que, se cada um fizer sua parte, o pouco vira muito. E olha que esse muito corresponde a mais de 6 bilhões de atitudes conscientes. A poluição, a expansão urbana e industrial, as queimadas e a elevada produção de papel são só alguns dos exemplos que estão levando espécies vegetais e animais à extinção.
Hoje eu comecei não só a fazer minha parte, mas também a militar a favor do desenvolvimento sustentável. Não misturo mais papel com plástico, vidro, ou detritos orgânicos. Não imprimo mais o que posso guardar no computador, ou ler na tela mesmo. Isso se refere, principalmente, ao que faço durante o dia, no trabalho. Mas se no meio de dez pessoas eu for a única a fazer, é óbvio que o resultado vai ser quase nulo. E é por isso que a partir de hoje, os outros nove estão se habituando a fazer as mesmas pequenas ações.
Ele já fezJosé Lutzemberger é um exemplo de coragem e atitude. Formado em Agronomia, trabalhou durante muitos anos para empresas que produzem adubos químicos. Em 1971, após 13 anos atuando como executivo de uma dessas empresas, abandonou a carreira para denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras do Rio Grande do Sul. A partir daí, se dedicou à natureza e defendeu o desenvolvimento sustentável na agricultura e o uso dos recursos renováveis, alertando para os perigos do modelo de globalização em vigor.
Aqui, um vídeo que mostra um pouco de quem foi Lutzemberger e do legado que ele nos deixou.
Ah, outra coisa interessante é que quando faleceu, em 2002, Lutzemberger foi sepultado da forma que sempre desejou: nu, envolto em um lençol de linho, sem caixão, no meio de um bosque, ou seja, sem deixar impactos ao ambiente.